Mente-me. Mente-me. Mente-me.
A imagem daquela noite não saía da minha cabeça, as tuas palavras quando disseste que me amavas continuavam gravadas, queria que fossem mentira. Estava a achar-te o homem mais louco à fase da terra. Quero que acredites que nunca ninguém se tinha mostrado tão apaixonado por mim como te mostraste. Quero que acredites em mim e saibas que desejei que aquela manhã nunca tivesse chegado.
Depois de adormeceres passei a noite com os olhos postos em ti. Tinhas um ar tão inocente enquanto dormias. Os vampiros não dormem, devias sabê-lo. Somos predadores nocturnos e tu eras a presa mais inofensiva que já tivera tão próxima de mim e com o sono mais pesado também.
Durante várias vezes durante a noite aproximei-me de ti e lambi-te o pescoço, mas apenas senti o teu corpo a mexer-se levemente por baixo dos lençois. De certo modo, divertia-me a nossa situação. Como é que depois de tudo eu estava ali?
Aproveitei enquanto dormias para me levantar e lentamente fechei todas as cortinas do quarto. Por entre a roupa que se encontrava no chão, encontrei os meus pertences e vesti-me. Voltei para a cama. Sentei-me devagar e olhei-te por momentos.
- Que será de nós agora? – pensei. – Não posso ficar contigo...tu não podes andar comigo na rua. É demasiado estranho tudo o que sempre se passou entre nós. É dificil esconder.
Mas tu não podes querer-me, não podes amar-me. Não entendo porque continuaste sempre a chamar pelo meu nome nem porquê que me queres contigo. Esta noite, fiquei com a certeza de que o que aconteceu não se voltará a repetir...nunca mais...quero que me odeies. Quero que te afastes para tua própria segurança. Quero-te longe de mim. Não vais viver para sempre, sabias? Eu não te vou fazer viver para sempre e tu nunca vais ter uma vida normal comigo...
Durante este tempo todo não entendeste isso e também não desiste de mim... Peço desculpa se o que me puxou para ti esta noite não foi aquilo que esperavas. Se o desejo de ser tua não passou apenas disso, de um desejo que agora tenho de apagar da minha mente, mesmo depois de todas as palavras que me disseste e de todos os beijos que partilhámos.
Sinto-me fraca quando o teu olhar pousa em mim e o teu cheiro invade a minha mente, não quero sentir-me assim, fico confusa. Mas depois há aqueles momentos em que me estendes os braços e eu caminho para lá sem defesas. Sou um predador, não posso apaixonar-me pela presa. Não posso, não devo...pelo menos se queres continuar vivo.
Sei que não vou conseguir partilhar os meus pensamentos contigo e sei que quando acordares, eu vou continuar aqui sentada e tu vais ficar surpreendido por não ter ido embora e vais olhar-me daquela maneira, fascinado, como me tens olhado este tempo todo, como se eu fosse muito especial. Mas não sou especial, sou um monstro...espero que não o descubras da pior maneira...
Cláudia Melim
Não sei se faz muito sentido continuar a colocar no blog partes de uma história que comecei em 2009. Em que a primeira é sem dúvida a melhor que escrevi até agora. Mas achei que esta continuação ficava bem com a fotografia e por isso aqui está.
Espectacular...
ResponderEliminarFaz todo o sentido maninha :) e a foto...bem...fiquei mesmo :O
Continua, estou a gostar ;) hehe
Por favor continua a postar está história!
ResponderEliminar